"Dos julgamentos sumários da mídia
É enorme a facilidade da mídia para impor julgamentos, condenações. O método é batido mas continua eficiente.
O primeiro passo é definir o que quer, se condenar o “bandido da vez” ou absolver o aliado. Aí, trata-se de demonizar o “bandido da vez”, como é o caso do tal deputado do castelo, ou demonizar o xerife, no caso do Protógenes.
Nem vamos entrar na análise das suas culpas, mas do método de manipulação jornalístico. O deputado deve ser julgado com isenção e, se comprovadas culpas ligadas ao mandato, ou crimes fiscais efetivos, que perca o mandato.
O que ocorreu, no entanto - e sempre ocorre em eventos estrambólicos, como um deputado quebrado dono de um castelo - é o julgamento sumário. Cria-se o carnaval e exige-se a punição. E aí entra o segundo deputado, o tal que deveria analisar o caso e, pressionado, informa que vai analisar de acordo com as provas, sem se submeter a pressões, e se disse “lixando” para a opinião pública ou do jornal. [...]
A mídia nem quis saber se ele estava certo ou não nas suas declarações - e estava. Tratou de liquidar a questão sem entrar no mérito dela, simplesmente fuzilando a reputação do tal deputado. Vasculharam sua vida, tiraram da gôndola de acusações disponíveis o necessário e mandaram bala. Se a posição dele fosse outra, sua biografia poderia ser três vezes pior e ele seria poupado [...]"
E continua por aí afora. Nassif é, provavelmente, o crítico de mídia mais sóbrio deste país. Elaborou um dossiê sobre Veja que é esplendoroso. Um trabalho jornalístico fantástico. Mas dessa vez, para mim, ele deixou a paixão se elevar, para então "defender" o deputado.
Aqui o meu comentário no blog dele:
Nassif,
Eu não quero acreditar numa “defesa” do deputado Sérgio Moraes da sua parte. Não quero acreditar que você está defendendo* o senhor deputado envolvido com prostituição assim como defendeu (de maneira justa) Protógenez. Não quero acreditar nisso, lendo aqui seu blog.
Talvez a coisa tenha desandado. Iludido. Porque a mídia é sempre o bicho-papão? Josias de Souza, Lúcia Hippolito, Merval Pereira, Eugenio Bucci são pessoas, que assim como você, são respeitados porque detém uma opinião. E é natural que as pessoas divirjam das opiniões deles (e das suas).
No caso do sr deputado Sérgio Moraes, não vejo nenhum indício de perseguição como no caso do Protógenez e cia. Até porque, o deputado aparentemente não tem NENHUMA relevância. Apesar dos sete mandatos, ninguém nunca ouviu falar nele. Talvez porque ele nunca quis ser ouvido.
Agora, defendê-lo* é um erro Nassif. Ele se sentiu pressionado pela repórter? Azar dele. É deputado, a repórter (independente se fosse do Globo, da Folha, da CartaCapital, da Caros Amigos, do seu blog) fez o seu trabalho (extremamente óbvio por sinal) de perguntar ao deputado Sérgio Moraes se ele não tinha medo de defender o Edmar.
E por causa disso, a mídia quer pautar suas decisões?!
Ele é deputado, e DEVE sofrer pressões. Deve ser pressionado. Deve ser questionado. Não há absolutamente nada de errado nisso. Não é fantasma da grande mídia.
Respeitosamente.
Nassif rebateu assim:
"Leia direito. O que critico é o jogo de pressões da mídia. Lá sei quem é o deputado e - como escrevo com toda a clareza que consigo na nota - me interessa analisar a atitude, não a pessoa."
(post originalmente publicado em 10/05/2009, às 19h35)
umdenosdois.blogspot.com
ResponderExcluirPutz, cara... vc ainda lê o chapa-branca Nassif? Tem nada melhor pra fazer?
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