sexta-feira, 17 de abril de 2009

O Mundo: Política - Sarney, de novo?

A notícia do dia é, sem dúvida, a cassação do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT). Para o lugar dele, tomou posse hoje na assembleia do estado, Roseana Sarney.

Vejamos: Jackson Lago pautou sua campanha no combate ao coronelismo da família Sarney. O mal que assola o estado mais atrasado do país, há décadas é notado como um sistema medieval de compra de votos, campanhas baseadas no clientelismo, na subserviência dos habitantes, no nepotismo e domínio descarado que a família Sarney (encabeçada pelo senador José Sarney, aquele que representa o feudalismo do Brasil). E o candidato do PDT apareceu como uma réstia de esperança para "desatrasar" o Maranhão.

Entretanto, ninguém é bobinho. Lago, como se conhecesse bem os métodos ortodoxos das eleições no estado, fez toda a mesma baboseira da família Sarney. Clientelismo, compra de votos, uso da máquina pública em seu favor eleitoral. Foi descoberto e, por unanimidade no TSE, foi cassado. Embora negue as acusações, segundo a Folha.

Justo? Sim, parece que sim. Utilizou-se de métodos ilegais para alçar ao governo. Cassado.

Mas veja bem, amigo leitor, o número (e o nome) dos beneficiados dessa ação:

Roseana Sarney, sem comentários.

- Roseana Sarney: já cumpriu dois mandatos de governadora no Maranhão, e agora, sob circunstâncias capciosas, assume o terceiro. É filha do nobre cavaleiro medieval Sarney, e em conjunto ao seu querido pai e familiares, governa o estado há cerca de 40 anos. E o Maranhão, infelizmente, representa o retrocesso do Brasil.

- Mauro Fecury: suplente de Roseana no Senado, assume a partir de então o cargo da senadora. Entra na casa legislativa do país sem ter recebido um voto sequer. E parte para as benesses da casa: passagens aéreas, auxílio-moradia, auxílio-restaurante, auxílio-propina, etc. Mauro é conhecido por ser "afilhado" de José Sarney, e possuía (desconheço se ainda possui) esquemas em organizações educacionais de ensino superior no DF.

- E por último, ele, claro: o cavaleiro da ditadura, o bigode de ouro, o maior dinossauro vivo do mundo: José Sarney. Retoma em suas mãos, que tanto afagaram os presidentes militares, o seu estado de origem. E a sua principal clientela.


Suma desse país Sarney. Ou desse blog.

Só digo uma palavra para isso tudo: lamentável.

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