Para recomeçar os posts diários, vou falar sobre algo que eu nunca falei aqui: futebol. Na verdade, o post é sobre uma pessoa que vive no futebol. E que merece (não só a minha) admiração. O texto que se segue foi retirado do blog do Daniel Piza, e é sensacional (vou transcrever alguns trechos, e deixo o link para o texto completo no site do Piza):
"O estádio está cheio, em festa; é dia de jogo importante. Os árbitros e todos os jogadores estão no gramado à espera do apito inicial. Todos, menos um. O vazio no círculo central atende por um nome, que a torcida espera com ansiedade, por sua capacidade de dar ou mudar o tom de uma partida: Ronaldo. Só falta ele para o jogo começar. Onde o craque está?
A cena descrita aconteceu, mas foi num sonho, num quarto de hospital, numa das primeiras noites dos dias seguintes ao fatídico 13 de fevereiro de 2008, quando Ronaldo, com a camisa do Milan, teve ruptura total do tendão patelar esquerdo ao saltar para cabecear a bola. E o sonho foi do próprio Ronaldo. Ali, combalido por mais uma lesão seriíssima, que evocou do planeta mais uma vez a convicção de que sua carreira acabaria, o maior artilheiro das Copas teve um sonho.
Quando acordou, a realidade era bem mais dura. O joelho inchado, a perna incapacitada de dobrar, o monstro cinza da desistência à porta do quarto. Alguns dias depois, Ronaldo teve alta e foi levado de cadeira de rodas até o auditório do hospital para dar um tipo de entrevista coletiva que jamais imaginou que daria de novo. E desta vez, ao contrário do ocorrido em 2000, ele não declarou que “o guerreiro está ferido, mas não está morto”. Declarou que o guerreiro estava cansado, com o corpo surrado, pedindo arrego, dando sinais de que a aposentadoria era o mais provável.
[...]
Sim, tem coisas que só ele faz. Só ele quinze gols em Copas; só ele duas vezes melhor do mundo aos 21 anos; só ele vitorioso sobre duas lesões de patelar e outras tantas mais; só ele autor de gol no Real Madrid pelo Barcelona e no Barcelona pelo Real Madrid, e no Milan pela Inter de Milão e na Inter de Milão pelo Milan. Etc.
[...]
Em outros momentos, a conversa passava pela religião. Que Deus é esse que pune tanto um profissional tão talentoso, que nunca fez mal a ninguém e tantas alegrias trouxe? – eis o que Ronaldo poderia se perguntar. E Mazziotti dizia para que ele pedisse mais forças, “ombros mais fortes”, e não se queixasse dessa “carga maior”. Ronaldo, que fala sempre “Fica com Deus” aos amigos e familiares toda vez que encerra um telefonema, desde então passou a fazer três vezes o sinal da cruz ao entrar em campo.
Mas o que lhe dava forças mesmo era o futebol. “Voltei por meu amor ao futebol”, diz Ronaldo. “Não existe outra razão”, acrescenta, já em tom irritado com os que afirmam que seu interesse é publicitário, como se ele precisasse aparecer mais do que aparece. Para Mazziotti, Ronaldo disse que não queria voltar se fosse para ter dores. “Um incomodozinho sequer e eu largo tudo”, ameaçou. Mazziotti replicou: “Ok, então vamos fazer um trato. Eu deixo seu joelho zerado, mas aí você volta”. Ronaldo ainda brincou: “Eu posso mentir para você”. E Bruno: “Então assim não vale”.
[...]
O vazio no círculo central atende por um nome, que a torcida espera com ansiedade, por sua capacidade de dar ou mudar o tom de uma partida: Ronaldo. Só falta ele para o jogo começar. Olha, lá vem o craque."
Leia o texto completo aqui.
"O estádio está cheio, em festa; é dia de jogo importante. Os árbitros e todos os jogadores estão no gramado à espera do apito inicial. Todos, menos um. O vazio no círculo central atende por um nome, que a torcida espera com ansiedade, por sua capacidade de dar ou mudar o tom de uma partida: Ronaldo. Só falta ele para o jogo começar. Onde o craque está?
A cena descrita aconteceu, mas foi num sonho, num quarto de hospital, numa das primeiras noites dos dias seguintes ao fatídico 13 de fevereiro de 2008, quando Ronaldo, com a camisa do Milan, teve ruptura total do tendão patelar esquerdo ao saltar para cabecear a bola. E o sonho foi do próprio Ronaldo. Ali, combalido por mais uma lesão seriíssima, que evocou do planeta mais uma vez a convicção de que sua carreira acabaria, o maior artilheiro das Copas teve um sonho.
Quando acordou, a realidade era bem mais dura. O joelho inchado, a perna incapacitada de dobrar, o monstro cinza da desistência à porta do quarto. Alguns dias depois, Ronaldo teve alta e foi levado de cadeira de rodas até o auditório do hospital para dar um tipo de entrevista coletiva que jamais imaginou que daria de novo. E desta vez, ao contrário do ocorrido em 2000, ele não declarou que “o guerreiro está ferido, mas não está morto”. Declarou que o guerreiro estava cansado, com o corpo surrado, pedindo arrego, dando sinais de que a aposentadoria era o mais provável.
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Sim, tem coisas que só ele faz. Só ele quinze gols em Copas; só ele duas vezes melhor do mundo aos 21 anos; só ele vitorioso sobre duas lesões de patelar e outras tantas mais; só ele autor de gol no Real Madrid pelo Barcelona e no Barcelona pelo Real Madrid, e no Milan pela Inter de Milão e na Inter de Milão pelo Milan. Etc.
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Em outros momentos, a conversa passava pela religião. Que Deus é esse que pune tanto um profissional tão talentoso, que nunca fez mal a ninguém e tantas alegrias trouxe? – eis o que Ronaldo poderia se perguntar. E Mazziotti dizia para que ele pedisse mais forças, “ombros mais fortes”, e não se queixasse dessa “carga maior”. Ronaldo, que fala sempre “Fica com Deus” aos amigos e familiares toda vez que encerra um telefonema, desde então passou a fazer três vezes o sinal da cruz ao entrar em campo.
Mas o que lhe dava forças mesmo era o futebol. “Voltei por meu amor ao futebol”, diz Ronaldo. “Não existe outra razão”, acrescenta, já em tom irritado com os que afirmam que seu interesse é publicitário, como se ele precisasse aparecer mais do que aparece. Para Mazziotti, Ronaldo disse que não queria voltar se fosse para ter dores. “Um incomodozinho sequer e eu largo tudo”, ameaçou. Mazziotti replicou: “Ok, então vamos fazer um trato. Eu deixo seu joelho zerado, mas aí você volta”. Ronaldo ainda brincou: “Eu posso mentir para você”. E Bruno: “Então assim não vale”.
[...]
O vazio no círculo central atende por um nome, que a torcida espera com ansiedade, por sua capacidade de dar ou mudar o tom de uma partida: Ronaldo. Só falta ele para o jogo começar. Olha, lá vem o craque."
Leia o texto completo aqui.
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