Há semanas um assunto toma conta dos noticiários políticos do país: a Operação Satiagraha (em sânscrito, Satyagraha é a firmeza na verdade). Mas muitos deles supoem no leitor conhecimentos prévios sobre vários assuntos. O Mundo se propõe a esclarecer a Operação e seu desenlace, de maneira simplificada e concisa.
Pois bem. A Operação Satiagraha da Polícia Federal obteve provas irrefutáveis de lavagem de dinheiro, sonegação, estelionato (o crime do 171), evasão de divisas e outros. No centro dos crimes estavam Daniel Dantas, Naji Nahas, Celso Pitta (ex-prefeito de São Paulo). Daniel Dantas, como todos sabemos, é aquele que tem esquema com todo mundo no Brasil, inclusive com meios de comunicação social conhecidos (cof cof veja cof cof). Com os esforços conjuntos à outra operação da PF, e com algum descuido de Dantas e sua turma nos esquemas da transferência de comando da BrT (Brasil Telecom), a Satiagraha juntou provas para incriminá-lo.
Aqui, você se pergunta: tudo bem. Porque ele não foi logo julgado, preso e deixado mofar na cadeia? Eu respondo: nós vivemos no Brasil. Todos os amigos de Dantas (mesmo aqueles que não vão muito com a sua cara, mas admiram sua capacidade intelectual (cof cof fhc cof cof)) formaram uma frente para inverter os papéis da Operação: o delegado responsável Protógenes Queiroz, e o juiz que incriminara Dantas na primeira oportunidade, Fausto De Sanctis, passaram a figurar entre os "malandrões" já citados, sendo abordados como réus, e não julgadores. Para aquela frente, os métodos usados na Satiagraha foram ilícitos, imprudentes. E aí começaram a se envolver na operação a ABIN, o Planalto, e tudo virou um grande bolo que vemos hoje nos noticiários.
É aquela velha história de "mexer com gente grande" no Brasil. Veja PC Farias. Collor. Dona da Daslu. E vários outros condenados ao ostracismo país afora.
Outro detalhe é a participação da imprensa no caso: muitos defendem de olhos vendados o Dr Protógenes. Outros, de maneira mais discreta é claro, sustentam Dantas e sua rede de amigos. Meu conselho: filtre tudo que você lê, ouve e assiste na mídia brasileira. Não só para esse caso. Todo e qualquer veículo tem posição política, alguns apenas escondem-na melhor. Cabe a nós, leitores e telespectadores, assimilarmos o que a imprensa pode nos oferecer de maneira justa e imparcial, e a partir daí formar e sustentar opinião. Ou blogs.
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Charge retirada daqui.
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