quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Mundo: Política - 100 Days Of Obama

Barack Obama completa hoje, 29/04, 100 dias de mandato. E com uma aprovação conhecida por aqui: 68%. Obama é quase "o cara" lá nos Estados Unidos.

Em contrapartida, as relações com o Brasil pouco mudaram desde a era Bush. Pelo menos não no caráter prático, prosaico. O empecilho, a pedra no sapato do Brasil, principal ainda não foi modificado: o protecionismo agrícola. De acordo com o Estadão, Reginaldo Nasser, dirigente do Núcleo de Estudos em Relações Internacionais da PUC/SP, afirma que Obama mantém um "pé atrás" em relação a esse assunto devido à resistência que o Congresso estabelece. Uma esperança nesse sentido seria ainda a mediação do Brasil nas relações EUA-Venezuela e EUA-Bolívia, uma vez que o presidente Lula é amigo em comum de todos eles.

Ainda seguindo o pensamento do especialista, a postura de Obama de "multilateralismo" é positiva, e reforça sua aprovação nos EUA. A abertura para um diálogo com o Irã, e a influência em Israel no sentido de aceitar o Estado palestino comprovam as mudanças Bush-Obama.

Ainda, a influência do Senhor da Guerra George W. Bush não se apresentou negativa, ou seja, o legado de Bush não pesou tanto nesse início de mandato de Obama.

domingo, 26 de abril de 2009

O Mundo: Política - Corrida 2010

A doença, anunciada esse fim de semana, da ministra Dilma Roussef muda algo em relação à corrida presidencial de 2010?

Roussef. Dilma Roussef.

Essa pergunta é delicada. E para ela há várias respostas. Vamos a elas:

1) Sim. Em que sentido? Favorável à ministra. Todo ser humano admira, e possui certa afinidade a semelhantes que passam por grandes desafios. Independente da natureza, enfrentar um câncer é algo significativo na vida de qualquer ser humano. Ainda mais de um candidato à Presidência da República. Naturalmente e sem forçar a barra em vias eleitorais (óbvio), a infeliz doença da ministra pode ser um fator que pesará (favoravelmente a ela) na decisão de vários brasileiros.

2) Sim. Em que sentido? Há alguns anos, o Brasil enfrentou o trauma de Tancredo Neves. O então presidente eleito faleceu antes mesmo de assumir a presidência. Uma doença grave como esta pode sim abalar a saúde da ministra, que se mostra vigorosa nas suas ações. Talvez quem se lembrar daquela situação poderá pesar seu voto a partir desse pressuposto.

3) Não. Dilma se mostrou forte até o momento, e não será dessa vez que ela falhará. O diagnóstico rápido da doença prevê um tratamento mais efetivo, com maiores chances de sucesso. Daqui a alguns meses, esse episódio será apenas passado, e não influirá na campanha.

4) Não. A partir de o momento que o PT realizar que em suas fileiras não existe ninguém (eu disse ninguém) com pulso, e com algum apoio popular, para exercer a Presidência, vai cair na real de que Dilma Roussef é a única pessoa para a função. Os rumores são, de que se a ministra não for candidata, Antonio Palloci será. Ou ainda Jacques Wagner (PT-BA) ou Marcelo Déda (PT-SE), ambos governadores de seus estados. Nenhum deles possui moral suficiente para encarar o PSDB e a direita conservadora do país. Dilma continua sendo a única opção.

Analisando tais situações, é possível concluir que qualquer predição a esta altura é mera estimativa. A eleição presidencial ainda está longe, e muita coisa ainda vai acontecer. Espero que desde já, elas comecem a melhorar.

PS: O Mundo se manifesta com votos sinceros de reabilitação à ministra Dilma Roussef.

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Evolução? Sim, senhor Gilmar, o senhor não está falando com seus capangas.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Mundo: Política - "Figuras másculas"

Depois de a chapa esquentar no STF na sessão plenária de ontem, hoje os rumores correram soltos por todos os poderes do país. O presidente Lula comparou a divergência a uma discussão de futebol, e minimizou os efeitos corporativos da mesma. Até aí tudo bem. Mas o engraçado mesmo aconteceu no Senado, segundo esta reportagem da Folha.

"Todos nós nos preocupamos com a forma como se conduziu ontem o áspero diálogo entre os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. Será importante que os ministros do Supremo Tribunal Federal, mesmo quando em desacordo, possam refletir e tratarem-se todos com o respeito que caracterize o Supremo Tribunal Federal", afirmou Eduardo Suplicy (PT-SP). Manifestaram apoio ao ministro Joaquim Barbosa os senadores José Nery (PSOL-PA) e Paulo Paim (PT-RS). "Ele mandou libertar duas vezes o banqueiro Daniel Dantas, com agilidade assombrosa. Recriminou e pediu punição contra o Juiz Federal Fausto De Sanctis e reforçou as acusações contra o delegado Protógenes Queiroz. O ministro presidente do Supremo Tribunal Federal deveria salvaguardar a nossa Constituição e deixar de apoiar o que tem de mais retrógrado na política brasileira. Ataca os movimentos sociais, ataca o Legislativo, ataca as ações da Polícia Federal, tenta intimidar governadores estaduais, tudo com grande apoio da mídia conservadora", disse Nery.

Até aí as coisas estão, digamos, normais. A comédia começa com a afirmação do senador Papaléo Paes (PSDB-AP): "o episódio deve ser "minimizado" para que a população brasileira não fique desacreditada em mais um Poder. Eu vejo com preocupação os nossos Poderes, principalmente o Legislativo e o Judiciário, serem massacrados, acredito até com intenções políticas."

Mais uma vez, um legislador vai à imprensa falar uma besteira dessas. Claro, afinal, a culpa de o Congresso e o Judiciário serem dois antros de falcatruas é da imprensa, que suja a imagem destes de forma deslavada e com intenções políticas.

E finalmente, a frase do dia: "A conduta do presidente do STF tem sido irretocável desde que assumiu o cargo. O Estado democrático de direito só opera em toda a sua plenitude quando figuras másculas, que têm a função institucional do tamanho daquela que é enfeixada pelo Ministro Gilmar Mendes, pontificam."

Essa pérola da política brasileira foi proferida por este homem:

Senador Valter Pereira (PMDB-MS)

Eu deixo a cargo do leitor definir o que é "másculo" e tem "função do tamanho daquela" em Gilmar Mendes. Parabéns senador Valter Pereira, o senhor me faz rir.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Mundo: Justiça - "Vossa Excelência não está falando com seus capangas do Mato Grosso"




O que aconteceu: o ministro Joaquim Barbosa decidiu replicar uma decisão do presidente ministro Gilmar Dantas, quer dizer, Gilmar Mendes, e este se irritou. As réplicas de Joaquim Barbosa são um banho na alma daqueles que apreciam e lutam pela justiça nesse país.

Barbosa disse: "Vossa Excelência está destruindo a Justiça deste país e vem agora dar lição de moral em mim. Saia à rua, ministro Gilmar. Faça o que eu faço." E completou: "Vossa Excelência não está falando com seus capangas do Mato Grosso".

Gilmar Mendes é conhecido por negociar sentenças do STF, além de ter ligações obscuras com a rede de corrupção de Daniel Dantas. Ele é, sem dúvida, a vergonha do Judiciário brasileiro.

O Mundo: Esporte - Isso, isso sim, é força de vontade


Para recomeçar os posts diários, vou falar sobre algo que eu nunca falei aqui: futebol. Na verdade, o post é sobre uma pessoa que vive no futebol. E que merece (não só a minha) admiração. O texto que se segue foi retirado do blog do Daniel Piza, e é sensacional (vou transcrever alguns trechos, e deixo o link para o texto completo no site do Piza):

"O estádio está cheio, em festa; é dia de jogo importante. Os árbitros e todos os jogadores estão no gramado à espera do apito inicial. Todos, menos um. O vazio no círculo central atende por um nome, que a torcida espera com ansiedade, por sua capacidade de dar ou mudar o tom de uma partida: Ronaldo. Só falta ele para o jogo começar. Onde o craque está?

A cena descrita aconteceu, mas foi num sonho, num quarto de hospital, numa das primeiras noites dos dias seguintes ao fatídico 13 de fevereiro de 2008, quando Ronaldo, com a camisa do Milan, teve ruptura total do tendão patelar esquerdo ao saltar para cabecear a bola. E o sonho foi do próprio Ronaldo. Ali, combalido por mais uma lesão seriíssima, que evocou do planeta mais uma vez a convicção de que sua carreira acabaria, o maior artilheiro das Copas teve um sonho.

Quando acordou, a realidade era bem mais dura. O joelho inchado, a perna incapacitada de dobrar, o monstro cinza da desistência à porta do quarto. Alguns dias depois, Ronaldo teve alta e foi levado de cadeira de rodas até o auditório do hospital para dar um tipo de entrevista coletiva que jamais imaginou que daria de novo. E desta vez, ao contrário do ocorrido em 2000, ele não declarou que “o guerreiro está ferido, mas não está morto”. Declarou que o guerreiro estava cansado, com o corpo surrado, pedindo arrego, dando sinais de que a aposentadoria era o mais provável.
[...]

Sim, tem coisas que só ele faz. Só ele quinze gols em Copas; só ele duas vezes melhor do mundo aos 21 anos; só ele vitorioso sobre duas lesões de patelar e outras tantas mais; só ele autor de gol no Real Madrid pelo Barcelona e no Barcelona pelo Real Madrid, e no Milan pela Inter de Milão e na Inter de Milão pelo Milan. Etc.
[...]

Em outros momentos, a conversa passava pela religião. Que Deus é esse que pune tanto um profissional tão talentoso, que nunca fez mal a ninguém e tantas alegrias trouxe? – eis o que Ronaldo poderia se perguntar. E Mazziotti dizia para que ele pedisse mais forças, “ombros mais fortes”, e não se queixasse dessa “carga maior”. Ronaldo, que fala sempre “Fica com Deus” aos amigos e familiares toda vez que encerra um telefonema, desde então passou a fazer três vezes o sinal da cruz ao entrar em campo.

Mas o que lhe dava forças mesmo era o futebol. “Voltei por meu amor ao futebol”, diz Ronaldo. “Não existe outra razão”, acrescenta, já em tom irritado com os que afirmam que seu interesse é publicitário, como se ele precisasse aparecer mais do que aparece. Para Mazziotti, Ronaldo disse que não queria voltar se fosse para ter dores. “Um incomodozinho sequer e eu largo tudo”, ameaçou. Mazziotti replicou: “Ok, então vamos fazer um trato. Eu deixo seu joelho zerado, mas aí você volta”. Ronaldo ainda brincou: “Eu posso mentir para você”. E Bruno: “Então assim não vale”.
[...]

O vazio no círculo central atende por um nome, que a torcida espera com ansiedade, por sua capacidade de dar ou mudar o tom de uma partida: Ronaldo. Só falta ele para o jogo começar. Olha, lá vem o craque."

Leia o texto completo aqui.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Feriadão + JUCS


Este blogueiro sai de férias, e volta quarta-feira, dia 22/04. Ótima oportunidade para ler os posts sobre literatura (eles nunca envelhecem, certo?).

Nos vemos no JUCS 2009!

O Mundo: Política - Sarney, de novo?

A notícia do dia é, sem dúvida, a cassação do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT). Para o lugar dele, tomou posse hoje na assembleia do estado, Roseana Sarney.

Vejamos: Jackson Lago pautou sua campanha no combate ao coronelismo da família Sarney. O mal que assola o estado mais atrasado do país, há décadas é notado como um sistema medieval de compra de votos, campanhas baseadas no clientelismo, na subserviência dos habitantes, no nepotismo e domínio descarado que a família Sarney (encabeçada pelo senador José Sarney, aquele que representa o feudalismo do Brasil). E o candidato do PDT apareceu como uma réstia de esperança para "desatrasar" o Maranhão.

Entretanto, ninguém é bobinho. Lago, como se conhecesse bem os métodos ortodoxos das eleições no estado, fez toda a mesma baboseira da família Sarney. Clientelismo, compra de votos, uso da máquina pública em seu favor eleitoral. Foi descoberto e, por unanimidade no TSE, foi cassado. Embora negue as acusações, segundo a Folha.

Justo? Sim, parece que sim. Utilizou-se de métodos ilegais para alçar ao governo. Cassado.

Mas veja bem, amigo leitor, o número (e o nome) dos beneficiados dessa ação:

Roseana Sarney, sem comentários.

- Roseana Sarney: já cumpriu dois mandatos de governadora no Maranhão, e agora, sob circunstâncias capciosas, assume o terceiro. É filha do nobre cavaleiro medieval Sarney, e em conjunto ao seu querido pai e familiares, governa o estado há cerca de 40 anos. E o Maranhão, infelizmente, representa o retrocesso do Brasil.

- Mauro Fecury: suplente de Roseana no Senado, assume a partir de então o cargo da senadora. Entra na casa legislativa do país sem ter recebido um voto sequer. E parte para as benesses da casa: passagens aéreas, auxílio-moradia, auxílio-restaurante, auxílio-propina, etc. Mauro é conhecido por ser "afilhado" de José Sarney, e possuía (desconheço se ainda possui) esquemas em organizações educacionais de ensino superior no DF.

- E por último, ele, claro: o cavaleiro da ditadura, o bigode de ouro, o maior dinossauro vivo do mundo: José Sarney. Retoma em suas mãos, que tanto afagaram os presidentes militares, o seu estado de origem. E a sua principal clientela.


Suma desse país Sarney. Ou desse blog.

Só digo uma palavra para isso tudo: lamentável.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O Mundo: Política - Passagens abusiv, ou melhor, aéreas

Está no Folha Online:

Câmara e Senado reduzem cota de passagem aérea

Passou da hora. Os senadores e deputados, fornecendo passagens aéreas para suas namoradas, amigos, etc, dão um tiro no peito da democracia brasileira. A impunidade reina, eles não dão a mínima, ninguém é punido porque isso parece não ser inconstitucional. Lamentável.

Hoje, desde manhã, Dantas dá seu depoimento à CPI dos Grampos. Com habeas corpus (ou seja, ele é permitido pela lei para omitir). Vamos esperar o final e os balanços para um post específico.

terça-feira, 14 de abril de 2009

O Mundo: Justiça - Operação Satiagraha?

Há semanas um assunto toma conta dos noticiários políticos do país: a Operação Satiagraha (em sânscrito, Satyagraha é a firmeza na verdade). Mas muitos deles supoem no leitor conhecimentos prévios sobre vários assuntos. O Mundo se propõe a esclarecer a Operação e seu desenlace, de maneira simplificada e concisa.

Pois bem. A Operação Satiagraha da Polícia Federal obteve provas irrefutáveis de lavagem de dinheiro, sonegação, estelionato (o crime do 171), evasão de divisas e outros. No centro dos crimes estavam Daniel Dantas, Naji Nahas, Celso Pitta (ex-prefeito de São Paulo). Daniel Dantas, como todos sabemos, é aquele que tem esquema com todo mundo no Brasil, inclusive com meios de comunicação social conhecidos (cof cof veja cof cof). Com os esforços conjuntos à outra operação da PF, e com algum descuido de Dantas e sua turma nos esquemas da transferência de comando da BrT (Brasil Telecom), a Satiagraha juntou provas para incriminá-lo.

Aqui, você se pergunta: tudo bem. Porque ele não foi logo julgado, preso e deixado mofar na cadeia? Eu respondo: nós vivemos no Brasil. Todos os amigos de Dantas (mesmo aqueles que não vão muito com a sua cara, mas admiram sua capacidade intelectual (cof cof fhc cof cof)) formaram uma frente para inverter os papéis da Operação: o delegado responsável Protógenes Queiroz, e o juiz que incriminara Dantas na primeira oportunidade, Fausto De Sanctis, passaram a figurar entre os "malandrões" já citados, sendo abordados como réus, e não julgadores. Para aquela frente, os métodos usados na Satiagraha foram ilícitos, imprudentes. E aí começaram a se envolver na operação a ABIN, o Planalto, e tudo virou um grande bolo que vemos hoje nos noticiários.

É aquela velha história de "mexer com gente grande" no Brasil. Veja PC Farias. Collor. Dona da Daslu. E vários outros condenados ao ostracismo país afora.

Outro detalhe é a participação da imprensa no caso: muitos defendem de olhos vendados o Dr Protógenes. Outros, de maneira mais discreta é claro, sustentam Dantas e sua rede de amigos. Meu conselho: filtre tudo que você lê, ouve e assiste na mídia brasileira. Não só para esse caso. Todo e qualquer veículo tem posição política, alguns apenas escondem-na melhor. Cabe a nós, leitores e telespectadores, assimilarmos o que a imprensa pode nos oferecer de maneira justa e imparcial, e a partir daí formar e sustentar opinião. Ou blogs.

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Charge retirada daqui.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O Mundo: Política - O pior cego é aquele que não quer ver

Está no Estadão:

Câmara culpa mídia por imagem negativa
Após escândalos, oposição e situação pedem medidas contra reportagens

Excelente, senhores e senhoras deputados. Excelente. Inteligentíssimo de vossa parte: "bom, se eles não tiverem acesso às minhas falcatruas, eu não serei reconhecido por isso!"

Será que eles pensaram nisso sozinhos?

Michel Temer (PMDB-SP), presidente da Câmara pensa que a imprensa visa "colocar a Câmara dos Deputados em confronto com a opinião pública". Já o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) sugeriu ao Presidente da Casa tomar "cuidado" na hora de escolher os temas. Quem sabe para aprovar projetos na calada da madrugada em benefício próprio e depois prejudicar jornalistas (isso me lembra uma história). Mas acho que a melhor ideia entre todas, foi a do deputado Ricardo Barros (PP-PR). Fala o deputado: "Cada vez que uma boa intenção não for valorizada pela imprensa, e ela deixar de ser realizada, eles vão aprender que, quando decidirmos dar um passo na direção certa, ou eles valorizam ou o passo não será dado".

O que é isso, seu deputado? Uma ameaça à sociedade, àqueles que votaram na sua pessoa para ser representante de interesses públicos? Que coisa feia.

Realmente, devemos deixar de cobrir a Câmara. Assim, o Brasil não teria problemas. Os políticos seriam competentes. E aí então, voltaríamos 40 anos no tempo, e restauraríamos a ditadura.

Palhaçada!

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Charge retirada daqui.

sábado, 11 de abril de 2009

O Mundo: Política - Novos estados?

Deu na Gazeta da Povo:

Congresso estuda criar 14 estados
Se todas as propostas fossem aprovadas, o Brasil ficaria com 41 unidades federativas

É isso mesmo. Segundo a reportagem da Agência O Globo (veja a notícia completa no site dO Globo, aqui) estão no Congresso 14 projetos que propõe a criação de novos estados. O que significa isso? Maracutaia, pilantragem, ingenuidade, ou falta do que fazer? Talvez um mix de tudo isso.

O "acréscimo" no número de estados, por sua vez, não seria nada barato. De acordo com dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o custo fixo anual estimado de um estado ronda os R$830 milhões. Ainda segundo a reportagem, se todos os projetos forem aprovados, em um ano o déficit financeiro seria de aproximadamente R$11 bilhões. O número é contestado pelo deputado Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), autor de três dos projetos.

Entre estes, consta a criação do Mato Grosso do Norte, Maranhão do Sul, entre outros:

Imagem retirada daqui. Clique na imagem para ampliar.

Dentro do Legislativo, há várias posições quanto ao assunto: muitos parlamentares são desfavoráveis aos projetos, por considerar o custo com burocracia muito elevado e desnecessário. Outros pensam que o país está consolidado com os 27 estados atuais. Os favoráveis ao projeto afirmam que estados menores facilitariam a administração do mesmo, e a atenção dada aos segmentos mais pobres da sociedade seria redobrada.

E você, leitor, concorda com tudo isso?

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Nada de comunismo, nada de teoria da conspiração, apenas abatimento e tristeza.

Hoje, por volta de 19hrs, aqui no apartamento onde moro com a minha família, minha irmã, de aproximadamente 9 anos, saiu exclamando pela casa: "Pai, pai, liga a TV porque hoje é o último capítulo da novela!". As respostas, igualmente exclamativas, vieram prontamente.

Por que a dramaturgia barata, desprovida de qualquer caráter artístico, informativamente nula, culturamente deprimente e socialmente louvada consegue atrair para si o interesse (alguns chamariam até de "fixação") ininterrupto e fascinado de crianças, jovens e adultos?

Quem souber a resposta ganha um império monopolizador de comunicação, detentor de inúmeros canais de TV, concessões infinitas pelo sertão afora, cinco jornais de expressão nacional, dezenas de revistas periódicas, dezenas de emissoras de rádio pelo país, e muitas outras empresas relacionadas à área. Com uma vultuosidade norteamericana, organização digna dos mais refinados países da Europa, técnicas com excelência mundiais, e monopolização da informação muito parecida com aquela da Venezuela.

O Mundo: Política - Semanal

Apesar do feriado deste fim de semana, os últimos dias foram movimentados no cenário político e econômico brasileiro.

O delegado da PF, Protógenes Queiroz, na CPI dos Grampos.

A começar pelo depoimento do delegado Protógenes Queiroz na CPI dos Amigos do Dantas, ou melhor, na CPI dos Grampos. Chega a ser ridículo que uma comissão parlamentar de inquérito apresente tanta parcialidade como essa vem apresentando. É abismal ver os deputados, das duas bases, tentanto fazer de tudo para inverter os papéis: o delegado da PF, ao lado do juiz Fausto De Sanctis, não é o ladrão. É investigador. E ele achou, e provou, e prendeu o ladrão de verdade: Daniel Dantas. Só que este homem tem um dos maiores históricos de maracutaias políticas da história do Brasil (olha que isso não é nada fácil). Consequentemente, os amigos dele (aí se incluem boa parte do PSDB, Zé Dirceu e sua turma do PT, a Veja (sendo Diogo Mainardi o testa de ferro, ou segundo Nassif, o colunista-sela), quem mais?) fazem de tudo para protegê-lo, e esconder a si mesmos nesse bolo todo.

O blog
Acerto de Contas, parceiro de O Mundo, publicou ontem uma entrevista com o delegado Protógenes. Leia aqui.

Para ver o deputado Chico Alencar desmoralizando o presidente da CPI Marcelo Itagiba, do PSDB, clique aqui.

Partindo para um lado mais econômico, o ministro da Fazenda Guido Mantega anunciou que o Brasil pode entrar para o grupo de credores do FMI, segundo informa o Estadão. Segundo o ministro, essa ação mostraria aos países e seus investidores a solidez econômica do Brasil, além de o país participar da recuperação da economia de outros países emergentes e receber alguns benefícios do Fundo Monetário Internacional.

Guido Mantega, Ministro da Fazenda.

Embora muitos oposicionistas pensem que isso não passa de marketing político, os argumentos do ministro são pertinentes.

terça-feira, 7 de abril de 2009

O Mundo: Justiça - Luiz Nassif e Veja

Deu na Carta Maior:

Vitória de Luís Nassif no processo da Veja
Algo importante aconteceu na blogosfera brasileira quando o jornalista Luis Nassif começou a publicar reportagens a respeito da revista Veja: o debate mudou de plano. O que Nassif batizou de dossiê analisa, com farto material, o jornalismo praticado pela publicação semanal. Nesta semana, o Juiz Carlos Henrique Abrão, da 42ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo, julgou improcedente a ação de danos morais movida pelo ediretor de redação Eurípides Alcântara contra Nassif.

(para ler o texto completo, clique no link acima)

Interessante vitória para a verdadeira liberdade de imprensa.

Para quem está por fora, aqui vai um resumo da história:
Luis Nassif é um jornalista brasileiro, introdutor do jornalismo eletrônico no país, e que já ganhou vários prêmios (entre eles o de melhor blog de política do iBest).
Entre seus feitos mais notórios, está o "dossiê" Veja (leitura obrigatória para quem acompanha, ou quer acompanhar, a imprensa contemporânea no Brasil), em que ele expõe e tenta explicar os casos mais pitorescos da revista. É um tiro no peito do periódico, que tentou responder da forma mais baixa que um jornalista pode responder outro: na Justiça. E perdeu. Perdeu porque o trabalho jornalístico de Nassif é impecável nesse aspecto.


O jornalista Luis Nassif.

E o que ganha aqui, mais do que tudo, é a verdadeira liberdade de imprensa.

domingo, 5 de abril de 2009

O Mundo: Política - Semanal

Pois bem, vamos ao post tradicional de domingo:

O primeiro fato de hoje é a reforma ministerial que Lula será obrigado a promover em março de 2010, segundo consta no blog do Josias. Pela lei, os ministros que irão se tornar candidatos nas eleições devem deixar o cargo pelo menos seis meses antes. E a reforma não será pouca. Pontos fundamentais do Governo, como a Casa Civil e o Banco Central serão modificados. Por ora, há apenas previsões para os ministros que pretendem deixar o cargo, mas as mudanças começam a ser planejadas pelo Planalto.
O problema aqui é que o ano eleitoral, no país, faz os políticos se esquecerem (por um momento) da sua vida política de fato, e se jogarem de cabeça na campanha. O showmício, a campanha da TV, as doações recebidas de empreiteiras, tudo isso é somado e obstrui, de certa maneira, os deveres políticos do eleito. Ingenuidade pensar que isso só ocorre na campanha, mas sim, fundamentalmente nela.

O segundo fato interessante da semana, foi o sucesso do presidente Lula no encontro do G20. Além de possuir em seu governo uma pauta de política externa muito positiva (combate ao protecionismo, pressão nos países ricos para o desenvolvimento de relações com os países emergentes, diálogo neutro com os ditadores da América Latina, entre outras), Lula é reconhecido no mundo como um político popular, importante. "Os elogios de Barack Obama a Lula foram reconhecimento da maior importância que o Brasil ganhou nos últimos anos." (Kennedy Alencar, para a Folha)

Assista Obama cumprimentando e elogiando Lula.

Coincidência, carisma, competência ou marketing? Independente dos erros (que não foram poucos) de Lula e sua corja, o Brasil projeta um futuro muito melhor do que o seu passado. Com ou sem Lula.


quarta-feira, 1 de abril de 2009

O Mundo: Jornalismo - STF

O STF julga hoje dois processos interessantes: o primeiro, o requerimento para extinção da Lei da Imprensa, que prevê punições penais para jornalistas em alguns casos.
O segundo, diz respeito à obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão jornalística. Aguardo ansioso os dois julgamentos para em seguida, deliberar minha opinião, aqui.

Pois bem, os ministros do STF discutiram o assunto sobre a Lei de Imprensa (criada no regime militar) e não concluíram o trâmite, embora tudo aponte na direção da revogação total da lei. Esse assunto será discutido novamente no Supremo no dia 15 de abril, e O Mundo acompanhará as decisões dos ministros.

O Mundo solidariza com a campanha da FENAJ e é a favor da regulamentação e da obrigatoriedade de diploma para o exercício da profissão jornalística.