sexta-feira, 26 de junho de 2009

Jornalismo - A luta, agora, pela valorização.

Retomando a discussão do diploma, algumas considerações:

1) Trecho do artigo retirado do Observatório da Imprensa:

"Ser ou não ser (diplomado), eis a questão
Por José Paulo Cavalcanti Filho em 26/6/2009
Reproduzido da seção “Tendências/Debates” da Folha de S.Paulo, 25/6/2009; intertítulos do OI

Não, o diploma dos jornalistas não acabou. A decisão do Supremo Tribunal Federal, na última semana, limitou-se a dizer que o decreto-lei 972/69 era incompatível com a Constituição democrática de 1988. Mais nada.

E merece elogios – por pretender, esse monstrengo da redentora, exercer o controle do jornalismo a partir do Estado. Era nele que estava, em regra acessória (artigo 4º, V), a exigência de diploma para registro dos jornalistas no Ministério do Trabalho.Ocorre que, tecnicamente, jamais poderia o STF declarar sem valor o decreto-lei e deixar vigendo uma de suas regras. Sem juízo de valor, no julgamento, sobre o dito diploma – que poderá voltar a ser exigido em outra lei. Apenas isso.

O mais são palavras ao vento. Inclusive as do eminente presidente Gilmar Mendes, que, mais uma vez, expressa opinião pessoal sobre tema que pode vir a ser discutido no Supremo – em vez da reserva que, como regra, a seus ministros conviria guardar em situações assim.
Isso posto, cabe então perguntar se, afinal, esse diploma é bom ou ruim para a cidadania."

Para ler o texto completo, clique aqui.

2) Gilberto Dimenstein

Para mim, ler esse nome era sinônimo de credibilidade, de confiança, de respeito. Ledo engano. O Sr Dimenstein, antes de ser um cabo eleitoral de José Serra e seus amigos do PSDB, é um inimigo da classe jornalística - pelo menos é assim que o próprio se coloca no artigo publicado também no OI (para ler clique aqui).

Diz o Sr Dimenstein: "Minha aposta é que serão criados cursos de curta duração, no estilo sequencial, com foco no mercado de trabalho. Com a decisão do STF, tirando os corporativistas, todos saíram ganhando a começar do leitor.
PS - Minha aposta: os cursos de jornalismo mais procurados serão uma versão um pouco mais ampliada dos treinamentos oferecidos atualmente em jornais e algumas revistas. Ou seja, centrados na prática e no contato com jornalistas em atividade. Fora disso, é para quem procura fazer teses de doutorado (o que, diga-se, é importante)".

Tirando a ironia fria e fora de contexto, ele contribui com o Sr Gilmar Mendes e esmaga a profissão e os cursos superiores de formação. O Sr Dimenstein sabe, melhor que eu, que os trainees dos jornais não formam jornalistas. Infelizmente, ele pisa em cima da principal ferida aberta pelo STF na última semana - considere leitor, que o Sr Dimenstein é jornalista formado pela Faculdade Casper Líbero. Decepcionante.

O sorriso irônico revela, talvez, o excesso de confiança do Sr Dimenstein?

3) Manifestação de estudantes e profissionais em Curitiba

Manifestação em Curitiba, em defesa da profissão.

Aconteceu aqui em Curitiba, na quarta-feira 24/06, uma manifestação de jornalistas e estudantes de jornalismo em prol da valorização da profissão. Cerca de 50 pessoas, além deste blogueiro, se reuniram na esquina das Marechais, no Centro da cidade, panfletaram e debateram com a população acerca da importância da formação para o campo jornalístico. Veja mais fotos no site do Sindijor-PR aqui.

4) Está no Estadão:

"PEC que pede diploma para jornalista será apresentada em julho
STF julgou como não obrigatório o diploma para o exercício da profissão; emenda já conta com 50 assinaturas
Agência Brasil

BRASÍLIA - A proposta de emenda à Constituição (PEC) que exige diploma de curso superior de comunicação social para o exercício da profissão de jornalista "será apresentada no mais tardar até as 18 horas da próxima quarta-feira, 1º de julho". A informação é do autor da proposta, senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).
"

Espero que ao menos dê o que falar, e que não seja uma proposta meramente demagoga. Mas, será uma réstia de esperança?

Atualização às 16h48.

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