Do Estadão:
"Líderes de países ricos descartam acordo definitivo em Copenhague
Metas obrigatórias de redução de emissões devem ficar só para 2010, em uma próxima conferência
Claudia Trevisan
Líderes políticos da região asiática, dos Estados Unidos e da Europa descartaram ontem a possibilidade de assinar um novo tratado climático internacional em Copenhague, no mês que vem. No linguajar diplomático, fala-se agora em um acordo "politicamente vinculante", em vez de "legalmente vinculante", o que ficaria para uma próxima conferência, em 2010. "
A reportagem continua descrevendo a trama política que se forma: o chamado G2 (EUA e China) das questões climáticas não parecem dispostos a firmar metas definitivas para redução de emissão de gases - portanto, ao que tudo indica, a reunião de Copenhague servirá para discussão e definição de políticas relacionadas ao tema. Não que isso não seja de fundamental relevância, mas é notável que já passou da hora de metas globais serem estabelecidas, com a participação de todas as grandes economias do mundo, sem exceção.
Mas isso é de conhecimento geral. Quero comentar outros dois temas relacionados a esse assunto: a capacidade do agendamento dessa questão e relacionado a isso, a pressão da opinião pública.
Primeiro, a abrangência incrível deste tema. Todos querem discuti-lo, e levam em conta sua relevância de primeira ordem. Ele é pauta fixa na grande mídia, e compõe um segmento do jornalismo que cresce a cada dia: o jornalismo ambiental. As campanhas ecológicas dia a dia se desvinculam do rótulo de "eco-chatas" para alçar uma discussão importante na sociedade em geral. Enfim, parece que ultimamente o tema "mudanças climáticas" vem ganhando uma relevância maior do que recebia algum tempo atrás - nada mais justo, afinal.
Em segundo lugar, a opinião pública (tá, há muitas controvérsias aqui, mas este é outro assunto) demonstrada pela mídia caminha no sentido de exercer pressão sobre as autoridades - em detrimento da "camaradagem" supostamente existente entre estas e o setor industrial (principal emissor de gases poluentes). É possível comprovar esta hipótese no seguinte parágrafo (retirado daqui):
"Na última sexta-feira, o governo brasileiro apresentou a proposta "voluntária" que pretende levar a Copenhague. O Brasil afirma que espera reduzir as suas emissões de gases causadores do efeito estufa em entre 36,1% e 38,9% até 2020".
Números são sempre concretos. Desse naipe, então, sensacionais. Má notícia, entretanto, para o setor industrial conservador e os setores reacionários da sociedade, que teimam em superestimar o crescimento econômico em detrimento de discussões sociais tão relevantes quanto esta.
Leia mais sobre mudanças climáticas e aquecimento global:
Observatório da Imprensa - A pressão da opinião pública, por Luciano Martins Costa
O Mundo - Blog Action Day - Obama e Mudanças Climáticas
Estadão.com.br - Todos terão que apresentar números para corte de emissões, diz Lula - BBC Brasil
"Líderes de países ricos descartam acordo definitivo em Copenhague
Metas obrigatórias de redução de emissões devem ficar só para 2010, em uma próxima conferência
Claudia Trevisan
Líderes políticos da região asiática, dos Estados Unidos e da Europa descartaram ontem a possibilidade de assinar um novo tratado climático internacional em Copenhague, no mês que vem. No linguajar diplomático, fala-se agora em um acordo "politicamente vinculante", em vez de "legalmente vinculante", o que ficaria para uma próxima conferência, em 2010. "
A reportagem continua descrevendo a trama política que se forma: o chamado G2 (EUA e China) das questões climáticas não parecem dispostos a firmar metas definitivas para redução de emissão de gases - portanto, ao que tudo indica, a reunião de Copenhague servirá para discussão e definição de políticas relacionadas ao tema. Não que isso não seja de fundamental relevância, mas é notável que já passou da hora de metas globais serem estabelecidas, com a participação de todas as grandes economias do mundo, sem exceção.
Lula, Obama e Hu Jintao (Presidente da China). Definitivos nos rumos climáticos mundiais. (Darren Staples/Reuters)
Mas isso é de conhecimento geral. Quero comentar outros dois temas relacionados a esse assunto: a capacidade do agendamento dessa questão e relacionado a isso, a pressão da opinião pública.
Primeiro, a abrangência incrível deste tema. Todos querem discuti-lo, e levam em conta sua relevância de primeira ordem. Ele é pauta fixa na grande mídia, e compõe um segmento do jornalismo que cresce a cada dia: o jornalismo ambiental. As campanhas ecológicas dia a dia se desvinculam do rótulo de "eco-chatas" para alçar uma discussão importante na sociedade em geral. Enfim, parece que ultimamente o tema "mudanças climáticas" vem ganhando uma relevância maior do que recebia algum tempo atrás - nada mais justo, afinal.
Em segundo lugar, a opinião pública (tá, há muitas controvérsias aqui, mas este é outro assunto) demonstrada pela mídia caminha no sentido de exercer pressão sobre as autoridades - em detrimento da "camaradagem" supostamente existente entre estas e o setor industrial (principal emissor de gases poluentes). É possível comprovar esta hipótese no seguinte parágrafo (retirado daqui):
"Na última sexta-feira, o governo brasileiro apresentou a proposta "voluntária" que pretende levar a Copenhague. O Brasil afirma que espera reduzir as suas emissões de gases causadores do efeito estufa em entre 36,1% e 38,9% até 2020".
Números são sempre concretos. Desse naipe, então, sensacionais. Má notícia, entretanto, para o setor industrial conservador e os setores reacionários da sociedade, que teimam em superestimar o crescimento econômico em detrimento de discussões sociais tão relevantes quanto esta.
Leia mais sobre mudanças climáticas e aquecimento global:
Observatório da Imprensa - A pressão da opinião pública, por Luciano Martins Costa
O Mundo - Blog Action Day - Obama e Mudanças Climáticas
Estadão.com.br - Todos terão que apresentar números para corte de emissões, diz Lula - BBC Brasil
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