"Ahmadinejad é recebido com protestos no Itamaraty
Dois grupos, um a favor e outro contra a visita, aguardavam iraniano, que se encontrou com Lula
Leonencio Nossa e Tânia Monteiro, da Agência Estado
BRASÍLIA - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, chegou por volta do meio-dia desta segunda-feira, 23, ao Palácio do Itamaraty, onde foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com quase uma hora de atraso, Ahmadinejad utilizou a entrada principal do prédio, onde estava sendo aguardado por dois grupos distintos de manifestantes. Um contra a visita do presidente iraniano e outro a favor".
Pois bem. Esse é o tipo de assunto que gera divisões em várias discussões e posicionamentos.
O lado que se coloca contra a visita, ou contra a hospedagem, do presidente iraniano no Brasil o ataca por negar o holocausto, estruturar um projeto nuclear obscuro e ter sido eleito por uma eleição fraudulenta. Este lado, liderado por José Serra e seus tucanos, coloca a discussão política com análise em segundo plano para, como de costume, atacar o presidente Lula por qualquer meio. Além disso, Serra conta com uma admiração considerável da comunidade judaica brasileira - nada melhor, então, que negar relações (de qualquer espécie) com o Irã e agradar a todos. Mesmo que isto custe uma análise e um debate político mais requintado.
Nem herói, nem vilão.
Por outro lado, a política de aproximação com o Irã, do governo brasileiro, parece clara: primeiro, por dar a oportunidade ao país confuso do Oriente Médio de um diálogo elaborado - embora o presidente dos EUA tenha se mostrado aberto a isso, no início do mandato, medidas práticas não parecem ter sido adotadas. Se ninguém tentar, é impossível afirmar que o Irã é oposto a este tipo de diplomacia. Com este tipo de diálogo, o Brasil se insere num campo de tentativa de conter o radicalismo iraniano - sem, contudo, qualquer tipo de opressão militar e ainda, o Brasil prossegue com a política externa eficiente de pluralidade. Na área econômica, também é possível vislumbrar melhorias mútuas, tanto na plano energético quanto nas relações comerciais.
Lula e Ahmadinejad, na chegada do presidente iraniano a Brasília. (Eraldo Peres/AP)
A análise do caso é complexa - entretanto, vejo mais vantagens em receber pacificamente o presidente Ahmadinejad do que refutá-lo.
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