Ontem, milhões de pessoas ao redor do mundo acompanharam a posse de Barack Hussein Obama, o presidente dos Estados Unidos da América. A imagem do Memorial Lincoln em Washington é impressionante, e com certeza, emocionamente para os milhões de americanos que estão relacionados com esse fato. E daí? E daí que esse fato me desperta uma inveja sincera deles.
Traçando um paralelo entre EUA e Brasil, a primeira divergência se concentra no desenvolvimento do processo histórico de colonização. O Brasil, cujo território foi uma Casa da Moeda de Portugal durante mais de três séculos, sofreu uma exploração absurda das suas inúmeras farturas naturais. Dentro de grande parte da sua até então pequena história no mundo ocidental, ficou estagnado, insensível ao desenvolvimento econômico, político e social que o mundo acompanhava. Entretanto, tal mentalidade de exploração contínua, de despreocupação com futuro algum, parece que não se esvaiu com a “independência” política da colônia. Trezentos anos preenchidos por descaso e administrações pouco preocupadas com a situação do país não são apagados facilmente, especialmente de uma nação tão jovem.
Avançando no tempo, veio a República. Claro, agora sim, um Presidente, com secretários, organizações, um governo como manda a cartilha. Piada. As oligarquias, dos poderosos, comandaram o país por meio século. O Brasil é um país imenso, com um povo extremamente diversificado, é dificílimo, senão impossível, agradar a todos. A política do país, mais uma vez, não cumpria seu papel fundamental e prioritário: prover condições de vida digna para aqueles que residem em seu território. Os interesses de poucos se sobrepunham à necessidade de muitos. E o país se arrastava.
Então, veio o Populismo, e a coisa desbancou de vez. As políticas sociais de assistencialismo criaram uma imagem totalmente equivocada na mente das pessoas. Pendurar-se no Governo é a solução, afinal, só Ele pode. Incrível.
Não quero nem me dar ao trabalho de comentar a Ditadura. Nem mesmo José “Estou Sempre Com Os Poderosos do Governo” Sarney. As coisas começaram a melhorar com Collor. Mas não pense que 490 anos de “carnificina política” são apagados, ou melhor, superados assim, em pouco tempo.
Com essa perspectiva histórica é assimilável que o povo do Brasil não manifeste interesse real pela política do país, uma vez que ela se mascara. O estereótipo do “político ladrão” é uma ferida que não cicatriza na mente dos cidadãos. O conceito do “voto”, papel social pelo qual muitos morreram durante a Ditadura, se perdeu, acabou. A atividade política do Brasil, extremamente burocrática, perdeu seu chamariz, sua função. A esperança das pessoas, lentamente, foi consumida pela máquina política brasileira.
Não culpo os brasileiros que perderam a esperança. Eles tiveram motivos para isso. Mas, de qualquer forma, eu acredito que o Brasil seja um país extraordinário, singular no mundo todo, com mentes tão brilhantes quanto qualquer outro país, e que em algum futuro, as coisas mudarão, como vêm mudando nas últimas décadas, para melhor. Talvez seja uma utopia ingênua. O caminho é longo e árduo. Mas o caminho existe.
Finalizo, como de costume, com letras de um escritor brasileiro. Dessa vez, Ascenso Ferreira.
Filosofia
Hora de comer — comer!
Traçando um paralelo entre EUA e Brasil, a primeira divergência se concentra no desenvolvimento do processo histórico de colonização. O Brasil, cujo território foi uma Casa da Moeda de Portugal durante mais de três séculos, sofreu uma exploração absurda das suas inúmeras farturas naturais. Dentro de grande parte da sua até então pequena história no mundo ocidental, ficou estagnado, insensível ao desenvolvimento econômico, político e social que o mundo acompanhava. Entretanto, tal mentalidade de exploração contínua, de despreocupação com futuro algum, parece que não se esvaiu com a “independência” política da colônia. Trezentos anos preenchidos por descaso e administrações pouco preocupadas com a situação do país não são apagados facilmente, especialmente de uma nação tão jovem.
Avançando no tempo, veio a República. Claro, agora sim, um Presidente, com secretários, organizações, um governo como manda a cartilha. Piada. As oligarquias, dos poderosos, comandaram o país por meio século. O Brasil é um país imenso, com um povo extremamente diversificado, é dificílimo, senão impossível, agradar a todos. A política do país, mais uma vez, não cumpria seu papel fundamental e prioritário: prover condições de vida digna para aqueles que residem em seu território. Os interesses de poucos se sobrepunham à necessidade de muitos. E o país se arrastava.
Então, veio o Populismo, e a coisa desbancou de vez. As políticas sociais de assistencialismo criaram uma imagem totalmente equivocada na mente das pessoas. Pendurar-se no Governo é a solução, afinal, só Ele pode. Incrível.
Não quero nem me dar ao trabalho de comentar a Ditadura. Nem mesmo José “Estou Sempre Com Os Poderosos do Governo” Sarney. As coisas começaram a melhorar com Collor. Mas não pense que 490 anos de “carnificina política” são apagados, ou melhor, superados assim, em pouco tempo.
Com essa perspectiva histórica é assimilável que o povo do Brasil não manifeste interesse real pela política do país, uma vez que ela se mascara. O estereótipo do “político ladrão” é uma ferida que não cicatriza na mente dos cidadãos. O conceito do “voto”, papel social pelo qual muitos morreram durante a Ditadura, se perdeu, acabou. A atividade política do Brasil, extremamente burocrática, perdeu seu chamariz, sua função. A esperança das pessoas, lentamente, foi consumida pela máquina política brasileira.
Não culpo os brasileiros que perderam a esperança. Eles tiveram motivos para isso. Mas, de qualquer forma, eu acredito que o Brasil seja um país extraordinário, singular no mundo todo, com mentes tão brilhantes quanto qualquer outro país, e que em algum futuro, as coisas mudarão, como vêm mudando nas últimas décadas, para melhor. Talvez seja uma utopia ingênua. O caminho é longo e árduo. Mas o caminho existe.
Finalizo, como de costume, com letras de um escritor brasileiro. Dessa vez, Ascenso Ferreira.
Filosofia
Hora de comer — comer!
Hora de dormir — dormir!
Hora de vadiar — vadiar!
Hora de trabalhar?
— Pernas pro ar que ninguém é de ferro!
Grande Sobota.
ResponderExcluirQuem diria que viveríamos momentos tão interessantes como os que ocorrem hoje. Antes invejava meus avós e pais por terem vividos as grandes Guerras, Vietnã, Guerra Fria, anos 70/80, ditaduras... mas estou começando a mudar de idéia, e preferindo viver esse novo milênio mesmo.
Não discordo de sequer uma palavra que foi dita neste post, e portanto nem falarei muito do assunto. Apenas deixarei um comentário a respeito : no meu ponto de vista, para que possamos aproveitar a nossa potencialidade e singularidade será preciso que um novo governante (que não seja igual ao ...... do Lula) tome vergonha na cara, e busque educar a população. E aí, vir um outro governante, que chegue, a uma população que agora está bem informada e educada, e mostre o que poderíamos ser, e não somos. Só com um choque para mudar a atual situação. Com a ditadura aprendemos a buscar a liberdade e a "democracia". Agora creio que está na hora de passarmos por mais uma "ditadura", para que possamos valorizar o nosso potencial.
Num discuto aqui o "como", apenas "o que" fazer.
Um grande abraço.
E Parabéns.
Por obséquio. Estou pensando seriamente em aderir a onda de podcasts e produzirmos um. O que acha? Nós dois, gravando, e debatendo sobre assuntos. O que acha de planejar?
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