sábado, 17 de janeiro de 2009

O Mundo: Política - Faixa de Gaza

Assunto complicado de se entender, complicadíssimo de se discutir. O “eterno” desentendimento entre judeus e palestinos sobre a Terra de Israel se alastra pelos anos e mancha a imagem das duas instituições. Enquanto isso, milhares de inocentes, cujo único crime foi (sobre)viver, sofrem os danos de uma batalha sem pé nem cabeça.

Ok, mas meu objetivo nesse post não é explicar todo o conflito (confesso que não o faria a contento), mas estabelecer uma comparação, cujo interesse se resume na seguinte charge:




Charge de Tacho, para o Jornal NH (RS)

Repare: o nazista, com toda sua representatividade, acredita na formação de sua raça superior, “ariana” como eles gostavam de chamar, e essa idéia surge em detrimento do pensamento do então judeu de... viver. Certo. Porém, o nazista não precisa saber se o judeu tem família, tem emprego, tem um local para morar. Ele quer fazer o que tem fazer, só isso, sem pensar, sem pestanejar. Resultado: 6 milhões de vidas, quase 3 vezes a população de Curitiba, desperdiçadas, esvaziadas, depravadas. Um massacre. Tirando os que sobreviveram, que tiveram suas famílias dilaceradas. Realmente, algo horrendo, impensável. Além da cidade no plano de fundo, representada “destruída”.

Ok. Três anos depois do fim de tudo isso, os judeus, sustentados pela compaixão mundial (altamente justificável), “ganham” um país, um território, um espaço para viver em paz. Piada. Acontece que, inoportunamente, já havia pessoas morando nesse local. Problemão, hã? Sessenta anos se passaram, e o que temos?
A segunda face da charge.

Desta vista, um judeu com todo seu poder (?), toma suas dores e parte para a luta armada para, o que, exterminar as pessoas que estão lá? É racionalmente impossível que esse povo que foi dilacerado no passado não tenha absorvido muita coisa! Eles sofreram, tiveram seus pais mortos na mão de outros, e agora, aplacam o mesmo sofrimento em pessoas diferentes. Óbvio também, que o ataque não é algo aleatório. O Hamas, calcado nos pensamentos fundamentalistas, não passa de um grupo terrorista mesquinho e podre, como estes costumam ser, cujo maior prazer é promover a destruição e o sofrimento. E tudo isso somado, realmente, é algo horrendo, impensável. Além da cidade no plano de fundo, representada “destruída”.

A solução? Bem, claro que isso é complicado. Envolve questões religiosas, políticas, territoriais. E, todos sabem, infelizmente as questões mundiais assim não são resolvidas a curto prazo. Mas isso pode ser assunto para um post futuro.

Por fim, ressalto a trégua anunciada por Israel no dia de hoje. Unilateral, exonerando o Hamas é claro, mas uma trégua. Uma ponta de luz para as pessoas mergulhadas naquela escuridão.


Finalizo com versos de Cecília Meireles, do seu Romanceiro.


"Toda vez que um justo grita,
um carrasco o vem calar.
Quem sabe não presta, fica vivo,
quem é bom, mandam matar."


Um comentário:

  1. Caro vizinho de blog, meus parabéns pelo post, assunto indispensável. Concordo que tal conflito envolve uma teia de acontecimentos, e informações, que pedem por uma análise mais profunda e dedicada do assunto, e por isso nos cabe ir comendo pelas beiradas.

    Afirmo que, assim como você disse que a atual trégua de Israel traz uma esperança para os que sofrem tanto com tal conflito, este ponto final -temporário- também põe fim em mais uma jogada política; de mais uma amostra de que o terrorismo, no mundo atual, não será tolerado; e por fim, uma demonstração da disposição dos norte-americanos, em associação com Israel, de combater o avanço iraniano no Oriente Médio.

    Mais uma vez, parabéns pelo post, e pelo conteúdo: conciso e esclarecedor.

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