terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Política - No Paraná

Ontem, o diretório estadual do PSDB declarou Beto Richa, prefeito de Curitiba, pré-candidato ao Governo do Estado do Paraná nas eleições de 2010. E aí foi onde o PSDB se matou, tanto em nível local, quanto nacional.

Em nível local: Beto Richa tem um eleitorado forte na capital, mas não acredito muito nessa sua força no interior do estado. Herdeiro direto da carga política do seu pai, ex-governador José Richa, Beto parece que leva essa carga como uma garantia - o que eu duvido aqui, é que essa garantia atinja os eleitores do interior, decisivos na eleição. Ainda, tudo leva a crer uma polarização nessa eleição entre o próprio Beto e o senador Osmar Dias (PDT). Osmar, membro da bancada ruralista, leva com ele muitos votos no produtivo interior paranaense, na ala de centro-direita da capital, e, por conta da muito provável aliança com o PT, consequentemente com Dilma e Lula, também leva votos do setor de centro-esquerda da capital e também do interior.

Vários setores são atingidos pela aliança entre Osmar e o PT - e justamente por isso o seu palanque no estado se torna fortíssimo. A visão geral, nesse momento, aponta para uma vitória do senador, e com isso, boa parte dos votos para Dilma no estado.

Beto Richa e Osmar Dias, um dia aliados, hoje adversários. (Créditos)


Em nível nacional, a partir do Paraná: o senador Álvaro Dias, embora pareça estar "choramingando" ao atacar Beto e o partido por todos os cantos, mantém uma argumentação clara. O senador afirma que uma candidatura sua visaria o fortalecimento do PSDB dentro do Estado, alavancando a candidatura de José Serra à Presidência - e também realça que a indicação de Beto foi egoísta. Até porque o prefeito, na campanha de 2008, afirmava que cumpriria seu mandato até o final. Em outra instância, a prefeitura cai nas mãos do PSB de Ciro Gomes, possível candidato à Presidência - menos um palanque para Serra.



Álvaro Dias, embora politicamente esteja certo, dá um golpe no partido, estadualmente.



O padrão "reacionário" do estado parece, aos poucos, sofrer golpes profundos - a briga interna no PSDB é o mais claro deles.

Leia mais sobre o assunto:
PSDB confirma pré-candidatura de Richa e descarta Alvaro Dias - Gazeta do Povo
A cristianização de Serra no Paraná - Luis Nassif
Derrotado, Alvaro Dias abre fogo contra Richa - Fabio Campana

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Esporte - Super Bowl XLIV a magnífica história do Saints

07 de fevereiro de 2010 será lembrado para sempre na história do esporte americano como o dia em que o New Orleans Saints consagrou sua reestruturação. O time de Nova Orleans foi campeão do Super Bowl XLIV em cima do favorito Indianapolis Colts, vencendo por um placar de 31 a 17.

A história do time da Louisiana é sensacional. Vou resumi-la: no dia 25 de agosto de 2005, a cidade de Nova Orleans começava a ser evacuada devido a chegada do furacão Katrina na região. Nos dias seguintes, mais de 80% da cidade ficou em baixo d'água, e 1 milhão de pessoas foram atingidas, de alguma forma, pelo furacão na região. O Super Dome, o magnífico estádio do Saints, além de sofrer as consequências do furacão, transformou-se numa casa para milhares de desabrigados. Impedido de poder jogar e treinar no seu estádio, naquele ano, o time do Saints foi obrigado a mandar seus jogos em San Antonio, Texas, Nova York, e outras cidades. Saldo da temporada: 3 vitórias e 13 derrotas, um time fraco, uma cidade devastada. Os presidentes do Saints, à época, negociavam uma mudança do time, cogitavam sair de New Orleans. Mas então, por uma sucessão de acontecimentos, eles decidiram ficar. E entrar para a história.




Imagens da cidade de New Orleans e do Louisiana Superdome, em setembro de 2005. O estádio virou abrigo para pelo menos 18mil pessoas que perderam tudo com o Katrina. (Créditos: Google Images).

No ano seguinte, o time contratou o Quarterback Drew Brees (dispensado e desacreditado do San Diego Chargers) e o Head Coach Sean Payton, além de draftar os importantes Roman Harper, Reggie Bush e Marques Colston, todos fundamentais nas temporadas do Saints desde então. O Superdome foi reconstruído, e o time voltou a sua casa em 25 de setembro de 2006. Nesse ano, o time obteve uma temporada de 10 vitórias e se classificou para os playoffs, pela segunda vez na sua história de mais de 40 anos. Com o poderoso ataque aéreo de Brees e cia, o Saints chegou à decisão da NFC (Conferência Nacional do Football, um jogo antes do Superbowl). Veio a derrota para o Chicago Bears, mas a reação do time de Nova Orleans era realmente incrível.


Performance das bandas Green Day e U2 no Superdome, no pré-jogo entre New Orleans Saints e Atlanta Falcons (o primeiro depois da tragédia).


O majestoso Lousiana Superdome, depois de reformado após o Katrina. (Google Images)

Três anos depois, o Saints volta aos playoffs da NFL, e escreve a história do esporte sensacional que é o futebol americano. Ganhando de três quarterbacks que estão entre os melhores da história da liga (Kurt Warner, Brett Favre e Peyton Manning), o Saints venceu e levou o Superbowl XLIV para New Orleans - a cidade ainda precisa de ajuda, é verdade - mas é evidente que o New Orleans Saints é a pedra fundamental da recuperação daquela cidade.

Sean Payton e Drew Brees levam o Vince Lombardi, muito merecidamente. (Reuters)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Eleições 2010 - Lula, Dilma, Ciro...

Vamos lá ao que interessa: eleições presidenciais 2010.

Capa do estadao.com.br de hoje:

"CNT/Sensus mostra empate técnico entre Serra e Dilma
Diferença entre tucano e petista caiu de 10,1% para 5,4% em cenário com a candidatura Ciro Gomes

Rodrigo Alvares, do estadao.com.br

SÃO PAULO - A centésima pesquisa do Instituto Sensus, divulgada nesta segunda-feira, 1º, pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), mostra que a diferença entre o governador de São Paulo e pré-candidato tucano, José Serra, e a ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata petista, Dilma Rousseff, caiu praticamente pela metade, de 10,1% em novembro para 5,4% em janeiro
".

Particularmente, não tenho confiança plena em pesquisas eleitorais. De uma forma ou de outra, elas parecem condicionar votos de eleitores indecisos de maneira errônea - elas apontam para uma polarização entre dois candidatos, o que faz eleitores acreditarem na expressão "desperdiçar o voto". Isso é extremamente presente na classe média - o costume de se pensar "nulo" no cenário político. Porém, isso é assunto para outro post.

De qualquer forma, seguindo a linha do Paulo Henrique Amorim, as pesquisas apontam tendências. E a tendência apontada nesta é a seguinte: Serra está estagnado. Parece que os anos de governo em São Paulo não mudaram sua imagem de conservador atrasado. A pesquisa mostra também que Serra não sai da casa dos 30% - desde 2002 quando perdeu a eleição para Lula.

Outra manchete do estadao:

"'Sem Ciro na disputa, Serra vence no 1º turno', diz líder do DEM
Para o deputado Rodrigo Maia, presidente do partido, a candidata do governo atingiu seu 'teto' eleitoral

Bruno Siffredi, do estadao.com.br

SÃO PAULO - O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira, 1, que a pesquisa do Instituto Sensus, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), mostra que o governador de São Paulo, José Serra, pré-candidato do PSDB à presidência, continua favorito e pode vencer as eleições no 1º turno caso Ciro Gomes não entre na disputa
".

Mentira.


Aposte nesse trio. (Fonte)

O senhor Rodrigo Maia, membro do partido de Mussolini no Brasil, está errado. O palanque de Ciro será ao lado de Lula, onde quer que ele esteja - isso signifca que a maioria dos eleitores de Ciro votariam na Dilma num segundo turno contra Serra, independente dessas pesquisas vis. Podem anotar.