Pois bem, 2010 ano movimentadíssimo na política nacional: as campanhas presidencias começam a se tornar bem mais evidentes, e todas as movimentações que envolvem esse fato crescem consideravelmente. Além disso, as eleições para as outras instâncias também têm peso fundamental no futuro do país. O blog, é claro, acompanhará as eleições de perto.
Pessoalmente, 2010 ainda não está claro para mim: um dos resquícios da Ditadura (1964-1985) anda me assombrando. Mas, se tudo der certo, falaremos disso em outra oportunidade.
Apesar de tudo isso, uma notícia hoje despertou o mundo literário: Jerome David Salinger (ou J. D. Salinger), autor do consagrado Apanhador no Campo de Centeio (The Catcher In The Rye, 1951), faleceu em sua casa em New Hampshire aos 91 anos.
Segundo informações das agências internacionais, Salinger vivia isolado e tinha aversão a jornalistas - além disso, teve sua última obra publicada em 1965 (Hapworth 16, 1924). Esse aspecto de solidão lembra muito do escritor curitibano Dalton Trevisan.
J. D. Salinger. (Reprodução do Estadão.com.br)
Falando do Apanhador, tive a oportunidade de acompanhar o final de semana conturbado de Holden Caufield, adolescente de 16~17 anos. Inicialmente, penso que o sentimento de raiva em relação a ele é inevitável. Porém, com o desenrolar da narrativa, o leitor se aproxima de Holden - e começa a entendê-lo. Creio na força que a cena entre ele e sua irmã caçula Phoebe, no quarto dela, representa perante o cenário literário mundial. É, ao menos, peculiar.
Holden, apesar da sua evidente chatice, tira umas sacadas sensacionais durante a história - e este entrelaço de frases muito inteligentes e a amargura infinita do personagem fazem do livro uma obra fantástica.
“Estou sempre dizendo: “Muito prazer em conhecê-lo” para alguém que não tenho nenhum prazer em conhecer. Mas a gente tem que fazer essas coisas pra seguir vivendo.” (pg.78)
“De qualquer maneira até que achei bom eles terem inventado a bomba atõmica. se houver outra guerra, vou sentar bem em cima da droga da bomba. Vou me apresentar como voluntário para fazer isso, juro por Deus que vou.” (pg. 121)
Alguns exemplos, apenas. A melhor mesmo é a conversa entre ele e sua irmã caçula, mas não vou colocar aqui.
O Apanhador no Campo de Centeio é leitura obrigatória para os apreciadores da literatura universal - e presto aqui, portanto, minha homenagem ao finado J. D. Salinger.
Vários músicos e cineastas fazem alusão a Holden Caufield em suas obras. A banda americana Green Day tem uma música sobre o personagem (lançada no Kerplunk, 1992), "Who Wrote Holden Caufield".
Leia mais sobre Salinger e sua obra:
Folha Online - Morre o escritor J.D. Salinger aos 91 anos
Estadão - Morre o escritor J.D. Salinger, aos 91 anos, nos EUA
Blog Letras Despidas - O Apanhador no Campo de Centeio
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