quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Jornalismo - 1ª Conferência Nacional de Comunicação (I)

Voltando a dar vida ativa ao blog, a agenda de hoje é a 1ª Conferência Nacional de Comunicação, a Confecom.

Iniciada na segunda, 14, e terminando amanhã, 17, a Confecom é a primeira grande mobilização política que envolve a comunicação na história do país. Mais de 1500 delegados, em vários Grupos de Trabalho, estão trabalhando propostas e definições para o futuro da comunicação.

Do site oficial da Confecom:

"Luiza Erundina destaca o bom nível dos debates

A deputada federal Luiza Erundina, há 10 anos envolvida com as questões da comunicação e delegada do Grupo de Trabalho 8 da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (1ª Confecom), que trata do sistema de outorgas, fiscalização e propriedade das entidades distribuidoras de conteúdo, mostrou-se impressionada com o nível dos debates e o conhecimento do tema entre todos os segmentos envolvidos
".

Deputada Luiza Erundina, na Confecom (Site Oficial).

É saudável notar que a discussão sobre a comunicação não se transformou em algo imaturo, visto que esta é a primeira conferência nacional sobre o assunto. Claro que, lendo principalmente o "Observatório da Imprensa", notam-se inúmeras falhas na logística da Confecom - porém, o debate está aí.

Só para variar, a Folha vem com uma cobertura muito parcial, com a cara lavada, da Confecom. Na notícia "Conferência de comunicação pede transparência em concessões", de Elvira Lobato, o jornal define arbitrariamente o que é favorável ou não às empresas:

"Na agenda do evento estão várias propostas contrárias às empresas de radiodifusão, como o controle social sobre a mídia e a criação de horários gratuitos nas TVs e rádios para os movimentos sindicais e sociais.

A conferência não tem poder para impor mudanças, mas apenas para recomendá-las
".

De qualquer forma, eu quero salientar um ponto fundamental: a ausência das principais lideranças das empresas privadas da Conferência.

Disse o presidente Lula:

"Por isso mesmo, lamento que alguns atores da área da comunicação tenham preferido se ausentar desta Conferência, temendo sabe-se lá o quê. Perderam uma ótima oportunidade para conversar, defender suas ideias, lançar pontes e derrubar muros. Eu, que sou um homem de conversa e de diálogo, volto a dizer: lamento. Mas cada um é dono de suas decisões e sabe onde lhe aperta o calo. Bola pra frente, e vamos tocar nossa Conferência".

É muito claro, salvo a discrição, o porquê de as empresas (além da Bandeirantes e da RedeTV) se ausentarem da Confecom: elas querem fugir da discussão bilateral sobre as concessões de radiodifusão no Brasil, porque de qualquer modo, essa discussão bilateral lhes é prejudicial. O próprio Lula salientou que a Constituição sobre o assunto é muito antiga (o Código Brasileiro de Telecomunicações é de 1962). É fácil notar que a sociedade sofreu alterações profundas desde então - e o campo das comunicações também. Também por isso, deixando de lado qualquer análise crítica da situação, o código legal deve impreterivelmente sofrer alterações.

Lula também tocou no ponto de convergência das mídias: ele afirmou que a Internet cresce dia-a-dia na difusão de informações (multimídia, inclusive), e que é notável uma "horizontalização" (neologismo meu) dessa difusão. Percebe-se isso muito claramente entre as redes sociais e a blogosfera. Lula ainda ressaltou que isso não fere o bom jornalismo, o que de fato é verdade.

Assista o discurso do presidente Lula na abertura da Confecom:





Clique aqui para conferir o discurso completo.

Amanhã, 17, a plenária final da Confecom será concluída. Aguardamos pelas decisões definitivas.

Leia mais sobre a 1ª Confecom:
1ª Conferência Nacional de Comunicação - Site Oficial
Observatório da Imprensa

Uma conferência sob o signo da liberdade de imprensa - Blog do Planalto

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